A universitária que foi brutalmente assassinada em Pedra Branca

Imagem ilustra a vítima

Por Leo Soares
Contato – leonardo@newsic.ramongomes.com.br

Uma tragédia abalou a pacata cidade de Pedra Branca, no interior do Ceará, quando a universitária Danielle Oliveira Silva, de 20 anos, foi encontrada morta e com sinais de agressão em um sítio, no dia 25 de abril de 2019. Danielle, filha de pequenos produtores rurais, cursava Administração, mantinha uma loja na cidade e ajudava nos serviços do sítio da família.

O trágico episódio começou na noite de 24 de abril, quando Danielle acompanhou o pai até o sítio para auxiliar na produção de queijos. O pai saiu do local, deixando-a sozinha, e, quando retornou, encontrou apenas a moto da filha. O corpo foi descoberto pelo irmão da jovem próximo a árvores no sítio vizinho.

As investigações revelaram que Danielle foi vítima de estupro e sofreu um tiro na cabeça, conforme apontado pela perícia forense. O principal suspeito, José Pereira da Costa, conhecido como “Zé do Valério”, era um homem que anteriormente havia prestado serviços à família da vítima como vaqueiro e amansador de animais.

O criminoso, que já era foragido da Justiça por suspeita de outro assassinato, ocorrido em 2013, invadiu uma residência em 30 de abril de 2019, roubou uma moto e fugiu, sendo localizado apenas meses depois, em julho, em Buriti dos Montes, Piauí, após uma intensa perseguição em áreas de mata.

Ao ser capturado, Zé do Valério apresentou versões conflitantes sobre o crime. Inicialmente, afirmou ter sido coagido a cometer o assassinato, mencionando um suposto mandante. Posteriormente, mudou sua versão, alegando que a própria Danielle teria pedido para ser morta.

As investigações do Ministério Público do Ceará indicaram que o criminoso chamou a jovem para fora do sítio, portando uma arma de fogo, e lhe pediu um beijo e um abraço. Diante da recusa de Danielle, Zé do Valério a levou para um matagal e cometeu o crime brutal. O laudo cadavérico confirmou a morte por traumatismo cranioencefálico com asfixia, além de apontar sinais de violência sexual.

Em 25 de maio de 2022, após mais de oito horas de julgamento, Zé do Valério foi condenado a 30 anos e 1 mês de prisão, com destaque para 21 anos e 10 meses pelo homicídio e 8 anos e 3 meses pelo estupro. O júri popular reconheceu qualificadoras, incluindo a de feminicídio.

A sentença proferida pelo magistrado Victor Nunes Barroso destacou a premeditação do crime e o desvio de conduta do réu, que se aproveitou da ausência do pai da vítima para agir. O caso, que chocou a comunidade de Pedra Branca, serve como alerta para a importância da luta contra a violência, especialmente a que atinge as mulheres.

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