Homem é espancado até a morte com tacos de sinuca em clínica de reabilitação 

Imagem ilustra o momento da prisão dos funcionários.

Por Mai Moreira

Onésio Ribeiro Pereira Júnior, de 39 anos, foi espancado até a morte na Comunidade Terapêutica Kairós Prime, em Embu-Guaçu, na Grande São Paulo, no dia 25 de setembro. Cinco funcionários, com idades entre 26 e 65 anos, foram detidos, suspeitos de agredirem o interno com objetos de madeira, como tacos de sinuca.

De acordo com informações cedidas pela Secretaria de Segurança Pública (SSP), Onésio foi levado ao hospital, mas deu entrada no local já sem vida. Ele sofreu hemorragia subdural difusa traumática, traumatismo cranioencefálico e traumatismo raquimedular, segundo consta na declaração de óbito. 

Onésio Ribeiro Pereira Júnior. Foto: G1

Guardas civis que realizavam um patrulhamento de rotina foram informados de que a vítima chegou à Unidade Mista de Saúde (UMS) Municipal sem vida e com sinais de violência pelo corpo. Os agentes foram até a clínica e inquiriram os funcionários do local, que relataram que Onésio havia fugido e, ao ser capturado, começou a se sentir mal, sendo levado ao hospital. 

Devido às contradições dos relatos, policiais civis da delegacia de Embu-Guaçu foram até a clínica e ouviram testemunhas, as quais relataram que a vítima havia sido agredida e que posteriormente o local havia sido lavado.

Após o crime, no dia 26 de setembro, a prefeitura de Embu-Guaçu interditou a clínica por falta de alvará e informou que uma avaliação dos medicamentos encontrados no local será feita.

Segundo a SSP, foram encontrados três boletins de ocorrência contra a Comunidade Terapêutica Kairós Prime. Um deles é por um homicídio ocorrido em março deste ano, quando um homem de 27 anos foi encontrado morto no local, com sinais de violência no pescoço. Os demais boletins são de 2020, referentes ao desaparecimento e ao encontro de um homem de 54 anos que havia fugido da clínica em junho e foi achado em outubro do mesmo ano.

Ueder Santos de Melo, diretor da clínica Comunidade Terapêutica Kairós Prime, disse, em entrevista ao g1, que acompanhará as investigações e que os cinco funcionários foram desligados imediatamente:

“Desligamento total dos funcionários e a Justiça está apurando os fatos. Estou total à disposição da polícia. A unidade nasceu em 2022. É uma unidade nova. Agora, minha preocupação é orientar as famílias. Nunca foi da nossa política ter agressão. Nunca vi como gestor acontecer algo, como muitos estão dizendo. Seria o primeiro a fazer denúncia se visse algo”, afirmou.

A polícia está investigando o caso, assim como a responsabilidade da clínica e de seus gestores. 

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