Por Mai Moreira
Dois jovens irmãos foram sequestrados e torturados durante oito dias por criminosos em Hortolândia, no interior de São Paulo. A tortura faz parte do “tribunal do crime”, realizado por lideranças do Primeiro Comando da Capital (PCC) a fim de julgar integrantes da facção que cometeram algum tipo de infração.
Após a polícia receber uma denúncia anônima, foi encontrado um carro com marcas de sangue estacionado em um conjunto habitacional. Os agentes acionaram reforços para inspecionar a região.
Nas imagens das câmeras corporais dos policiais, é possível ver o momento das revistas nos apartamentos, a rendição de quatro suspeitos e a liberação dos dois reféns. Os suspeitos detidos são Pedro Henrique Coelho de Souza, Diego Galdo de Araújo, Davi Luiz Santos do Nascimento e José Nobre Vieira Neves.
Após serem resgatadas, as vítimas relataram aos policiais que tinham passado por sete cativeiros e haviam sido torturadas. Segundo a investigação, o sequestro aconteceu após um dos irmãos admitir, em um bar, que pertencia ao Comando Vermelho, facção rival do PCC.
A polícia conseguiu acessar uma conversa em um aplicativo de mensagens utilizado por integrantes do PCC e descobriu a dinâmica do acontecido. De acordo com as informações das autoridades, o alvo do “tribunal do crime” era apenas uma das vítimas, mas um dos irmãos tentou resgatar o outro e acabou sendo sequestrado também.
Dos quatro suspeitos detidos, três foram liberados com autorização da Justiça para responder em liberdade; um deles foi solto, pois a polícia não encontrou provas de sua participação no crime.
