Médico suspeito por 42 mortes é preso atuando em hospital no interior de São Paulo 

Imagem ilustra prisão de suspeito.

Por Mai Moreira
Contato – maimoreira@newsic.ramongomes.com.br

O médico cirurgião João Batista de Couto Neto, de 46 anos, que era investigado por 140 erros médicos e 42 mortes no Rio Grande do Sul, foi preso enquanto trabalhava no Hospital Municipal de Caçapava, interior de São Paulo, no dia 15 de dezembro. 

A prisão foi realizada após o Ministério Público conceder um parecer favorável à prisão preventiva do médico, solicitada no dia 12 de dezembro pelo delegado Tarcisio Lobato Kaltbach e autorizada pela Justiça em Novo Hamburgo.

O suspeito foi indiciado por homicídio doloso pela Delegacia de Novo Hamburgo, com base na conclusão de três inquéritos.

O médico passou a ser investigado depois que um grupo de 15 pessoas procurou a polícia para denunciar supostos erros médicos. Atualmente, ele é investigado por 156 casos, entre os quais constam dilacerações de órgãos, perfurações no intestino e cortes desnecessários, além de 42 mortes.

No centro cirúrgico do Hospital Regina, o qual ele alugava em troca de uma porcentagem dos procedimentos, o médico chegou a realizar 25 cirurgias em um único plantão. 

Após o início das investigações, o suspeito mudou-se para São Paulo, onde conseguiu empregos para atender pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS). Ele foi registrado pelo Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) em fevereiro de 2023 e foi contratado indiretamente como autônomo ou terceirizado para trabalhar em órgãos públicos e filantrópicos.

O Cremesp se posicionou e explicou que aceitou o registro de João Couto sabendo que ele havia enfrentado uma suspensão de licença, sendo “obrigado a efetuar o registro do médico”, visto que a restrição era parcial.

Na capital paulista, o homem passou a se identificar como João Batista, desvinculando-se do nome João Couto Neto, como era conhecido em Novo Hamburgo, no Rio Grande do Sul. No final de 2022, ele foi proibido pela Justiça de praticar cirurgias por seis meses. Essa proibição foi prorrogada por mais quatro meses, vindo a findar em outubro de 2023.

A defesa do médico informou que irá entrar com um habeas corpus para que o médico responda em liberdade. 

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