Por Mai Moreira
Um homem de 37 anos e outro de 42 anos foram detidos no município de São Gabriel da Cachoeira, no Amazonas, suspeitos de torturar e agredir um adolescente de 12 anos, que é sobrinho e filho deles, respectivamente. O menino foi socorrido e encaminhado ao hospital com sinais de desnutrição, perda de visão e paraplegia.
As agressões ocorriam nos fins de semana em que o adolescente ficava na casa do pai, que junto ao irmão torturava o garoto enquanto ingeria bebidas alcoólicas. As identidades da vítima e dos agressores não foram reveladas.
De acordo com o Departamento de Polícia do Interior (DPI), o Centro de Referência de Assistência Social (Cras) da cidade fez a denúncia e, devido à circunstância gravíssima, foi determinado que o DPI e a Coordenadoria de Operações e Recursos Especiais do Amazonas (Core-AM) efetuassem a prisão dos suspeitos.
A vítima foi encaminhada a uma unidade hospitalar da região e passou por uma cirurgia. De acordo com a polícia, o seu estado de saúde é estável. Segundo o diretor do Departamento de Polícia do Interior (DPI), o delegado Paulo Mavignier, o menino está sem andar devido a um coágulo na cabeça, correndo o risco de ficar paraplégico.
“Também recebemos a informação de que ele perdeu a visão. É uma situação muito triste, trata-se de crimes envolvendo uma família indígena e tivemos todo o cuidado de dar uma resposta efetiva referente ao caso, inclusive utilizamos aeronaves na ação”, destacou o delegado.
Segundo Mavignier, o pai da vítima levou o menino a um curandeiro para tratar os ferimentos, a fim de evitar a denúncia do hospital.
O delegado ainda informa que, após as investigações, descobriu-se que o homem também cometeu estupro de vulnerável contra a filha, uma criança de 8 anos.
“O crime foi constatado por meio de exame pericial, razão pela qual instaurou outro Inquérito Policial (IP) para responsabilizar o autor. A criança ficou sob a guarda da família materna, enquanto o adolescente permanece na unidade hospitalar, com apoio do Cras de São Gabriel da Cachoeira”, relatou.
Os suspeitos estão à disposição do Poder Judiciário e responderão por tortura, omissão de socorro e maus-tratos.
