Ex-jogador da Seleção Brasileira Condenado a Prisão por Estupro
Em uma decisão judicial marcante, Daniel Alves, ex-astro da seleção brasileira de futebol, foi condenado a 4 anos e 6 meses de reclusão pelo tribunal de Barcelona nesta quinta-feira. A condenação é o resultado de acusações de estupro contra uma mulher na boate Sutton, em Barcelona, no final de 2022. O tribunal considerou comprovada a ausência de consentimento da vítima, fundamentando a decisão em provas contundentes de violência e coerção.
O processo judicial, que culminou na condenação de Alves, durou três dias e se encerrou no dia 7 de fevereiro, com o depoimento do ex-jogador. Durante o julgamento, Alves, visivelmente emocionado, negou as acusações, alegando que o encontro sexual com a denunciante foi consensual. No entanto, a sentença proferida pela juíza Isabel Delgado inclui não só a pena de prisão, mas também uma liberdade supervisionada subsequente de cinco anos, nove anos de proibição de aproximação da vítima e uma indenização de 150 mil euros.
A defesa de Daniel Alves já sinalizou a intenção de recorrer da decisão tanto no Tribunal Superior de Justiça da Catalunha quanto no Supremo Tribunal da Espanha. Enquanto isso, Alves permanecerá detido, conforme determinação judicial.
Esta condenação ocorre após um processo judicial intensamente acompanhado pela mídia e pelo público, destacando-se não apenas pelo perfil celebrado do acusado, mas também pela gravidade das acusações e pela complexidade das provas apresentadas. Alves apresentou várias versões dos eventos ocorridos na boate Sutton, variando desde a negação completa do encontro sexual até a admissão de um ato sexual consensual, alegações que foram meticulosamente examinadas durante o julgamento.
O caso tem reverberado fortemente, não só no meio esportivo mas também em discussões mais amplas sobre consentimento e violência sexual. A condenação de Daniel Alves serve como um lembrete severo das consequências legais e sociais de tais atos, reafirmando o compromisso do sistema judicial em proteger as vítimas de violência sexual.
Entenda a Linha do Tempo do Processo Judicial Contra Daniel Alves por Estupro.
Final de 2022: Ocorre o suposto estupro numa boate em Barcelona, dando início ao caso contra o ex-jogador da seleção brasileira, Daniel Alves.
Início de Janeiro de 2023: Após a divulgação do caso, Daniel Alves envia um vídeo ao canal espanhol Antena 3, negando qualquer relação sexual com a denunciante, alegando desconhecê-la completamente.
Dias Após a Primeira Declaração: Em seu primeiro depoimento à polícia, Alves muda sua versão, admitindo estar no banheiro com a espanhola, mas negando qualquer ato sexual.
20 de Janeiro de 2023: Durante um segundo depoimento em uma delegacia de Barcelona, quando é preso em flagrante, Alves afirma que a jovem praticou sexo oral nele de forma consensual. Ele altera sua versão após ser confrontado com imagens da boate.
17 de Abril de 2023: Já detido, Alves declara à juíza responsável pelo caso que manteve relações sexuais consensuais com penetração com a denunciante, após exames periciais encontrarem seu sêmen. Ele justifica suas versões anteriores contraditórias como uma tentativa de ocultar um relacionamento extraconjugal.
7 de Fevereiro de 2024: Durante o julgamento, Daniel Alves presta depoimento, chorando e alegando ter bebido excessivamente na noite do ocorrido. Neste ponto, ele já havia fornecido várias versões dos fatos, que variaram desde a negação total até a admissão de um ato sexual consensual sob efeito de álcool.
22 de Fevereiro de 2024: O tribunal de Barcelona condena Daniel Alves a 4 anos e 6 meses de prisão por estupro. A sentença inclui também uma liberdade supervisionada de cinco anos após a pena, nove anos de restrição de aproximação da vítima, e uma indenização de 150 mil euros. O tribunal fundamenta sua decisão na evidência de que a vítima não consentiu e que houve uso de violência.
Após a Condenação: A defesa de Daniel Alves anuncia planos para recorrer da decisão no Tribunal Superior de Justiça da Catalunha e no Supremo Tribunal da Espanha. Enquanto isso, Alves permanece preso, aguardando o processo de apelação.
Carla Albuquerque
